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 LEndas do Japão

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Manolo
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MensagemAssunto: LEndas do Japão   LEndas do Japão EmptyTer Jan 18, 2011 9:49 pm

Era uma vez, na região norte do Japão, havia um feudo pequeno e pobre, onde a luta pela sobrevivência era um pesado fardo. Isso levou o senhor feudal a decretar que pessoas que completassem o seu ciclo de vida (60 anos) fossem abandonadas no monte Ubasute-yama – a montanha de jogar idoso.

O povo estava indignado com o feudatário, mas não podia fazer nada contra sua autoridade.

Distante da cidade, na vila de Sarashina, morava um moço trabalhador e honesto, que cuidava da lavoura e de sua velha mãe. Quando ela completou um ciclo de vida, acabou o sossego do filho. Ele já sabia que era sua obrigação levá-la ao monte e abandoná-la.

– Se tenho que me separar dela, melhor levá-la eu mesmo para aquela maldita montanha. Não quero entregá-la nas mãos daqueles soldados que vão levá-la à força – pensou o moço.

Era noite de lua cheia.

– Mãe, a lua está bonita, vamos apreciá-la da montanha.

Carregando a mãe nas costas, ele andou o caminho da vila e começou a subida da montanha. Enquanto era carregada, a velha mãe ia quebrando ramos de arbusto e jogando-os na trilha.

O filho percebeu, mas nada disse. Sabia que a mãe estava deixando sinais para tentar voltar à aldeia depois de abandonada. Numa clareira junto a um velho pinheiro, o filho depositou a mãe. Sabendo que aquela seria a última vez que a veria, ele começou a chorar.

– Perdoe-me mãe... Eu disse que viríamos apreciar a lua cheia, mas eu a trouxe para abandonar-lhe aqui, antes que os soldados do feudatário fossem buscá-la em casa.

– Eu sei, esse é o destino de todos os anciãos da região. Quero que você vá embora e cuide bem de sua saúde. Deixei pequenos ramos de arbustos para você não se perder no caminho de volta.

Naquele momento, o jovem entendeu o que é o amor materno. Mesmo sabendo que estava sendo abandonada, a mãe só se preocupou com a segurança do filho. O rapaz mudou de idéia.

– Você vai voltar comigo, mãe, não conseguirei deixá-la aqui.

Chegando em casa, o filho cavou um porão e escondeu a mãe. Assim, levava comida e ficava conversando com ela todas as noites.

Naquela época, a “era das guerras entre feudos”, era comum a provocação entre territórios vizinhos. Assim, um dia, uma carta-desafio chegou do feudo vizinho para o daimyô de Shinano.

– Quero testar a inteligência de seu povo. Será que conseguem fazer um nó de corda com cinzas? Se não conseguirem, preparem-se para uma guerra.

Fazer um nó de corda de cinzas era uma missão impossível. O daimyô fez várias reuniões com seus conselheiros, mas não encontrou solução. Então, colocou placas por todo território, prometendo recompensa para quem resolvesse o desafio.

Já que pessoas idosas têm bastante conhecimento, o jovem que escondeu a mãe no porão perguntou a ela se havia uma saída.

– É fácil – disse a mãe – basta untar a corda com sal e botar fogo nela. Com a reação do sal diante do fogo, a corda vai se manter em seu formato sem desmanchar.

O filho pôs em prática o ensinamento da mãe e, admirado com o resultado, levou a corda para o castelo do daimyô.

O feudatário ficou impressionado. Enviou a corda para o castelo vizinho e recompensou o moço pela façanha.

O senhor do castelo vizinho sentiu-se frustrado e ainda enviou mais dois desafios para certificar-se que o povo era inteligente.

Nos dois casos, a mãe indicou a solução ao filho.

– Você é a pessoa mais inteligente de Shinano. Por três vezes salvou nosso território. Peça o que quiser – disse o daimyô.

– Senhor, foi minha mãe quem solucionou os desafios, e não eu. Meu pedido é que poupe sua vida e deixe-a viver na aldeia.

Arrependido, o senhor feudal revogou a lei contra os idosos. E, vencido, o daimyô vizinho reconheceu que o povo de Shinano era muito inteligente. Portanto, deveria pensar bem antes de atacá-lo.
_______

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Lendas do Japão: A Divindade do monte Fuji

Na segunda década do ano mil, a aldeia de Kamiide, na província de Suruga, no Japão, foi tomada por um surto de varíola. As pessoas ficaram muito mal e começaram a morrer seguidamente. Todos os dias, havia lamentações pela perda de entes queridos por parte de seus familiares. Nessa ocasião, a mãe de um jovem aldeão chamado Yosoji também caiu doente, trazendo-lhe grande preocupação. Então, o moço procurou um mago de nome Kamo no Yamakiko em busca de cura.

O mago disse ao jovem que procurasse um riacho a sudoeste do Monte Fuji.

– Na nascente desse riacho, existe um santuário dedicado a Okinaga Sukuneo, o deus da Longevidade. Tome dessa água e leve-a para sua mãe beber. Essa água é um santo remédio.

O jovem, então, cheio de esperança, caminhou mata adentro, enfrentando grandes perigos, pois, naquela época, a floresta em torno do Monte Fuji era habitada por animais selvagens.

Depois de uma árdua e demorada caminhada, chegou a um ponto onde a trilha se dividia em três rumos a tomar. Enquanto tentava decidir em qual direção deveria seguir, apareceu por lá uma belíssima jovem vestida de branco, que disse:

– Sei que você é um filho dedicado. Não mede esforços em busca da cura para enfermidade de sua mãe. Siga-me, que levarei você até a nascente do riacho.

Os dois penetraram na floresta e andaram durante muito tempo. Finalmente, chegaram a um Torii (portal sagrado) próximo de uma rocha de onde jorrava um fio de água. Essa fonte era o santuário natural dedicado ao deus da Longevidade.

– Beba a água e encha a cuia para levar para sua mãe – disse a linda jovem.

Depois, ela acompanhou Yosoji até o ponto onde se encontraram e recomendou:

– Estarei lhe esperando daqui a três dias, pois você vai precisar de mais goles desta água para sua mãe.

Depois de cinco visitas ao santuário do deus da Longevidade, acompanhado da bela jovem, Yosoji estava muito feliz, porque sua mãe havia melhorado e também os vizinhos a quem ele distribuiu a água. Quando contou a sua mãe todo o ocorrido, ela lhe disse que gostaria de saber o nome de tão bondosa criatura.

Os aldeões mostraram-se agradecidos e foram reverenciar o bravo Yosoji e o mago Kamo no Yamakiko com muitos presentes. O moço, porém, sentiu que deveria agradecer à linda jovem que o guiou para que pudesse encontrar a fonte sagrada. Assim, resolveu voltar ao santuário do deus da Longevidade, na esperança de encontrar a bela mocinha.

Ao chegar no local, viu, surpreso, que a fonte havia secado. Sentiu uma grande tristeza e, ajoelhado, rezou pedindo ao deus da Longevidade que lhe proporcionasse um encontro com aquela jovem, pois queria agradecer por tudo que ela havia feito por sua mãe e pelos aldeões. Quando se levantou, viu que a moça estava em sua frente.

– Você não devia ter vindo aqui. Sua mãe e os aldeões estão curados, portanto não há razão para você vir até aqui.

– Eu vim porque ainda não lhe agradeci suficientemente pelo pronto restabelecimento de minha mãe e de todos os aldeões.

Assim, o moço agradeceu em seu nome e de toda aldeia pela ajuda que ela havia prestado. Em seguida, expressando um desejo de sua mãe, perguntou o nome dela.

– Meu nome pouco importa. E o que fiz dispensa agradecimentos. Eu guiei você até a fonte porque o deus da Longevidade me pediu. Disse-me ele que seu amor de filho é algo tão admirável que merecia ajuda. De sorte, você ajudou toda a aldeia, tanto que a fonte chegou a secar. Mas ela voltará a verter águas sagradas quando o povo necessitar novamente de ajuda e surgir outra alma bondosa como a sua querendo auxiliar seus semelhantes.

Em seguida, sem dizer seu nome, mas sempre com um sorriso amável, a bela jovem de branco sacudiu um ramo de camélias, como se estivesse chamando alguém. Em resposta ao aceno florido, desceu uma pequena nuvem do Monte Fuji na direção onde eles estavam. A linda jovem subiu na nuvem e esta se locomoveu levemente com uma pluma. Carregando a jovem, transportou-a em direção do monte sagrado. Vendo-a flutuando no espaço sobre a nuvenzinha, Yosojo entendeu que seu guia havia sido ninguém menos que Sengen-sama, a deusa do Monte Fuji. Então, caiu de joelhos e ficou claro porque toda a aldeia havia recebido uma grande graça. A deusa, como lembrança, atirou lá do alto o galho de camélias floridas.

Yosoji apanhou o galho e plantou-o com carinho. Em pouco tempo, a planta transformou-se em uma grande árvore e, perto dela, foi erguido um santuário. O povo passou a adorar a árvore e dizem que o chá das folhas desse pé de camélia é, ainda nos dias de hoje, um santo remédio para muitos males.
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MensagemAssunto: Re: LEndas do Japão   LEndas do Japão EmptyQua Jan 19, 2011 1:07 am

muito legal cara! se tiver outras posta aí^^
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MensagemAssunto: Re: LEndas do Japão   LEndas do Japão EmptyQua Jan 19, 2011 4:15 pm

O monge Muso e Jiki Niki:

Nos tempos antigos, em algumas regiões do Japão, o povo acreditava na existência de um ser sobrenatural chamado Jiki Niki. Esta é uma das lendas sobre esse ser.

Certa ocasião, quando Muso Soseki (127-1351), monge zen-budista criador de jardins, fazia peregrinação na província de Mino, ele se perdeu atravessando uma região montanhosa. Caminhou sem rumo durante algumas horas na floresta, até que avistou, no topo de uma colina, um anjtsu (minúsculo santuário construído para monges eremitas).

O santuário estava em ruínas e, nele, habitava um velho monge. Muso contou que estava perdido e pediu que o deixasse passar a noite naquele local. Mas o ancião foi muito mal-educado e negou-se terminantemente a hospedagem. Porém, ele indicou uma aldeia que ficava no vale próximo, dizendo que ali ele poderia conseguir comida e um lugar para repousar.

Ao chegar no povoado, o monge foi recebido com muita amabilidade na casa do chefe da aldeia. Serviram-lhe boa alimentação e ofereceram-lhe um quarto para ele descansar. Muso percebeu que, na sala principal, havia cerca de 40 pessoas, mas, cansado como estava, foi dormir sem conversar com o pessoal.

Pouco antes da meia-noite, Muso foi despertado por vozes de choros e lamentações. Um rapaz segurando uma lanterna abriu a parede corrediça e saudou respeitosamente o monge.

– Desculpe-me incomodá-lo a esta hora. Sou o filho mais velho desta casa. No começo da noite, quanto o senhor chegou, meu pai havia falecido há poucas horas. Vendo seu aspecto cansado, resolvemos contar o fato assim que o senhor recuperasse as energias. O pessoal que o senhor viu na sala são os moradores desta aldeia que velavam o corpo de meu pai. Agora, eles estão todos indo para outra aldeia. É costume nosso que ninguém permaneça na aldeia na madrugada depois da ocorrência de uma morte. Fazemos rezas e oferendas conforme o costume do budismo japonês e, então, partimos, deixando o cadáver sozinho, pois coisas estranhas acontecem na casa onde o cadáver foi deixado.

– Como assim? Não estou entendendo.

– Senhor monge, venha conosco, que lhe conseguiremos uma hospedagem na aldeia vizinha. Talvez, por ser monge, o senhor não tenha medo de demônios e espíritos malignos. Se não tem receio de ficar sozinho com o cadáver de meu pai, nós agradecemos. Porém, devo dizer que ninguém, até hoje, se atreveu a permanecer na casa onde existe um defunto.

– Eu gostaria de ficar e fazer um culto para que o espírito de seu pai consiga atravessar o Rio das Almas Perdidas sem qualquer tipo de constrangimento. Não sei que tipo de perigo estou correndo ficando para velar seu pai até o amanhecer, porém posso dizer que não temo os seres demoníacos (oni), nem os espíritos malignos.

Agradecendo ao monge Muso, as pessoas da casa e os outros aldeões foram para a aldeia vizinha.

Sozinho, Muso realizou a cerimônia fúnebre e fez meditação, ficando horas no mais absoluto silêncio. Não havia nenhum tipo de som na aldeia deserta. Até os cachorros haviam acompanhado seus donos. No auge da meditação, quando reinava a mais profunda quietude, um ser sobrenatural e demoníaco adentrou a sala e pulou sobre o cadáver.

Muso tentou uma reação, porém estava completamente paralisado por uma estranha energia. Não conseguia se mover nem falar. Apenas seus olhos arregalados assistiam, horrorizados, àquele macabro ritual. O estranho ser devorava o cadáver tão avidamente como um gato devora um rato. Começando pela cabeça, foi comendo tudo: cabelos, ossos e até mesmo as vestes do defunto. Assim de devorou completamente o cadáver, partiu para devorar as oferendas e consumiu tudo. Na seqüência, desapareceu tão misteriosamente como tinha chegado.

Quando os aldeões voltaram, ficaram felizes ao ver Muso com vida. O monge, ainda impressionado com o que tinha visto, relatou detalhadamente o acontecido. E os aldeões não demonstraram nenhum espanto com a narrativa.

– Foi exatamente como contaram os antigos moradores desta aldeia – disseram.

Então, o monge Muso perguntou:

– E o velho monge da colina não faz cerimônias fúnebres para vocês?

– Não existe nenhum monge na colina.

– Eu o encontrei em seu ermitério. Ele se recusou a me dar abrigo, mas indicou essa aldeia para mim.

Os ouvintes se olharam espantados e, após um momento do silêncio, o novo chefe da casa disse:

– Senhor monge, sinto dizer que não existe nenhum santuário, nem monge eremita na colina. Acho que o senhor estava cansado e algum texugo o fez ter visões ilusórias.

Muso Soseki concordou com ele e obteve detalhadas informações sobre o caminho que deveria seguir, para não se perder novamente. Mas, deixando a aldeia, foi em direção à colina, procurar pelo santuário, pois tudo parecia muito real para ser um truque ilusório de raposa ou texugo.

Pouco depois, encontrou o santuário e o velho monge eremita, que se curvou humildemente, dizendo estar envergonhado.

– Tratei-o mal ontem. Estou muitíssimo envergonhado, perdoe-me.

– Ora, não há porque sentir vergonha por ter-me negado abrigo. O senhor me indicou a aldeia onde fui muito bem tratado.

– Não estou com vergonha por ter-lhe negado abrigo, mas sim porque você me viu em minha forma real. Devorei o cadáver e as oferendas diante de seus olhos. Eu sou um Jiki Niki, um devorador de cadáveres. Antigamente, eu era o único monge desta região. Assim, eu fazia as cerimônias fúnebres para o pessoal da localidade. Às vezes, atendia povos de aldeias distantes. Mas eu fazia os ofícios apenas visando à recompensa financeira. Gostava de comer alimentos caros e vestir roupas de luxo. Por causa das minhas ações egoístas, quando morri, renasci imediatamente na forma de um Jiki Niki.

– Desde então, sou obrigado a me alimentar com defuntos humanos, como você viu ontem à noite. Livre-me desse sofrimento executando um culto Segaki (exorcismo de Gaki, o espírito faminto). Ajude-me, por favor, a me livrar desta horrível existência.

Assim que o velho monge expressou sua petição, desapareceu, como por encanto, juntamente com o santuário. Então, Muso se viu ajoelhado na relva, ao lado de um antigo túmulo antigo e entendeu que aquele era o túmulo do velho monge eremita.



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A Fonte de Saquê:
Há muitos e muitos anos, no tempo em que a imperatriz Gensho reinava no Japão, morava em Mino, atual Gifu, um lavrador de poucos recursos. Apesar de ser um rapaz muito trabalhador, o que produzia em sua horta não era o suficiente para o sustento dele e de seu velho pai.

O pai também sempre foi pobre e, na idade avançada, pouco podia fazer para ajudar o filho na roça. O filho tratava o pai com carinho, sabia quanto ele tinha se sacrificado pela família. Sempre sonhava com uma maneira de dar algum conforto ao seu pai nos últimos anos de sua vida. O velho gostava muito de saquê (vinho de arroz), porém quase nunca sobrava dinheiro para o moço comprar-lhe uma garrafa.

Certa ocasião, após terminar seus trabalhos na horta de verduras, o rapaz subiu a montanha para cortar lenha. Como fazia de tempos em tempos, levaria a lenha para vender na cidade e conseguir algum dinheiro para comprar saquê para seu velho pai. Seu prazer era ver a cara de felicidade quando seu pai sorvia apetitosamente os goles de saquê.

O moço encheu o carregador de lenhas, colocou-o nas costas e começou a descer a montanha em direção à cidade. Mas, como havia colocado muita lenha nas costas, veio cambaleando, devido ao grande peso, e acabou escorregando. Rolou morro abaixo até o fundo de um vale, onde ficou desmaiado durante horas.

Mais tarde, despertou todo dolorido e com muita sede. Nisso prestou atenção, pois ouvia o barulho de uma queda d’água. Saiu em direção ao som e encontrou uma pequena fonte entre rochas e folhagens. Fazendo das mãos uma concha, bebeu a água da fonte e teve uma grande surpresa. Não era água e sim saquê!

Não acreditando no que estava acontecendo, tornou a beber. Realmente era saquê!

Imediatamente, o moço lembrou de seu pai e de quanta alegria ele teria saboreando aquele saquê. Então, encheu de saquê a cabaça, que sempre carregava na cintura para levar água ao seu trabalho.

Quando chegou em casa, seu velho pai estava preocupado com a demora.

– Aconteceu alguma coisa para você demorar tanto a voltar?

– É difícil de acreditar no que houve. Beba um pouco desse líquido enquanto eu conto o que aconteceu.

O pai experimentou o líquido da cabaça e comentou, feliz:

– Esse não é o saquê que você costuma comprar para mim. É muito mais gostoso!

Então, o filho revelou o acontecido no vale em seus mínimos detalhes. O pai, surpreso pela narrativa, comentou:

– Isso é uma graça divina. O deus do saquê agraciou você por ser um bom e dedicado filho. Vamos fazer a oferenda de uma taça de saquê no santuário e rezar a ele em agradecimento.

A partir desse dia, todas as tardes, quando o moço terminava seu trabalho na lavoura, ia buscar saquê na fonte. Voltava com a cabaça cheia para casa e fazia a alegria de seu pai, que o esperava ansiosamente. Assim, pai e filho viveram por muitos anos em perfeita harmonia.

A notícia daquele insólito acontecimento espalhou-se por todo o Japão e chegou aos ouvidos da imperatriz Gensho, que reinou de 715 a 724. Ela resolveu ir pessoalmente conhecer a fonte milagrosa de saquê. Ao experimentar a água da fonte, percebeu que se tratava simplesmente de água e nada mais. Conhecedora da história, ela entendeu que o milagre ocorria somente com aqueles pai e filho. Como o filho era dedicadíssimo ao pai, o deus do saquê fazia com que o pai sentisse o gosto de um delicioso saquê, sempre que bebia aquela água. Então, a imperatriz determinou que fosse construído um jardim em torno da fonte e a batizou com o nome de Yorô, que significa “tratar bem de idosos”.

Assim, a imperatriz deu vários presentes ao moço, por tratar o pai com muito carinho. Desde então, nasceu o costume ainda vigente de a Casa Imperial Japonesa premiar as pessoas que tratam os idosos com respeito e carinho. E a Cachoeira Yorô é, ainda hoje, um ponto turístico muito visitado no Japão.



EDIT MODERAÇÃO: Evite posts duplos
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MensagemAssunto: Re: LEndas do Japão   LEndas do Japão EmptyQua Jan 19, 2011 5:13 pm

massa manolo! curti a do jiki niki! adoro ler contos assim de qualquer tipo, na verdade adoro ler de tudo um poco XD massa mesmo!
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